Oa Animais
Vejo ao longe os meus dóceis animais. São altos e as suas crinas ardem. Correm à procura duma fonte, a púrpura farejam entre juncos quebrados.
A própria sombra bebem devagar. De vez em quando erguem a cabeça. Olham de perfil, quase felizes de ser tão leve o ar.
Encostam o focinho perto dos teus flancos, onde a erva do corpo é mais confusa, e como quem se aquece ao sol respiram lentamente, apaziguados.(Eugénio de Andrade)
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