Uma senhora pediu-me
um poema de amor.
Não de amor por ela,
mas «de amor, de amor».
À parte aquelas
trivialidades «minha rosa, lua do meu céu interior»
que podia eu dizer
para ela, a não destinatária,
que não fosse por ela?
Sem objecto, o poema
é uma redacção
dos 100 Modelos
de Cartas de Amor.
(Alexandre O'Neill)
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