"nada há de excessivamente grave sobre o mundo - a não ser levarmos os nossos pequenos dramas demasiado a sério e os nossos grandes sonhos demasiado a brincar"
(Inês Pedrosa in A Perdição Chique - Crónica Feminina).
Assim sendo: descobri finalmente o meu Dr. House. Ou pelo contrário o meu João Semana. Um médico à moda antiga, daqueles que fazem o diagnóstico sem precisarem de um exame e que, quando o exame não lhes dá razão, nos prova por a+b que tem razão. A idade tem destas coisas: dá uma sabedoria, a quem quer aprender, que não se aprende nos bancos da faculdade nem nas sebentas... por isso, estou mais do que comprometida a não levar demasiado a sério os meus pequenos dramas mas sim os meus grandes sonhos... que afinal nem são assim tão grandes nem tão impossíveis de realizar. Quem me conhece sabe que eu gosto das coisas simples da vida, de ler, ouvir música, ver teatro e algum cinema de autor, assistir ao nascer e ao pôr do sol, viajar quando posso para sítios que mais ninguém acha graça... Ainda ontem comentava com a minha amiga Lena que se o Dubai fosse o único destino de férias à face da Terra, eu jamais iria de férias. Por outro lado, se me arranjarem uma viagem em conta para Cabul com umas incursões pelo país de que é capital, aceito na hora!
Bem sei, que muitos hão-de achar que estou a brincar ou que sou louca. Não sei se sou louca, mas não estou a brincar. Gosto de coisas de que quase mais ninguém gosta. Por amor levei anos da minha vida a "levar" com coisas que detesto. Agora só faço o que quero, vejo o que quero e não tenho que levar com filmes tipo 3.500.000 tiros por segundo. Mas aprendi que, como diz o Carlos Tê, não se ama alguém que não ouve a mesma canção. Os únicos filmes com tiros que suporto são os cada vez mais raros filmes de "cow boys"... de vez em quando lá passa um bem antigo no canal Hollywwod. E então lembro-me das tarde de cinema em Luanda na sala ao ar livre da SMAE, onde os pretos queriam sempre estar nas primeiras filas para verem primeiro, e que passavam o filme todo a dar conselhos aos actores e a avisá-los dos perigos que os cercavam. Isto pode passar por anedota, mas não é! E eu continuo a adorar os velhos filmes do Oeste americano.
Estive quase para escrever aqui uma carta ao meu amigo Pedro, mas já sei que ia ter reclamações de quem se queixa de que eu não lhes escrevo cartas... a explicação é simples: há pessoas com quem me entendo escrevendo e outras, com quem pelo contrário, me entendo falando... Por isso hoje fico por aqui e vou reler o delicioso email que o Pedro me enviou e os seus anexos... com a calma e o carinho que ele me merece. Talvez amanhã te escreva uma carta Pedro... talvez...
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