28 março, 2007

Por estas e por outras...


Já aqui referi a propósito de comentários maldosos de alguns senhores sobre os blogueres, que a Internet é como a vida. Aparece o bem e o mal. A questão que se põe é sempre a mesma: saber escolher entre um e outro.
Para mim e para todas as pessoas que eu conheço a Net tornou-se um bem inalienável. É aqui que eu faço contas à vida no homebanking, é aqui que eu escrevo aos meus amigos e deles recebo cartas (não apenas os emails que a malta põe a circular), aqui procuro e encontro gente que não vejo há séculos. Basta lembrar um nome e logo se arranja maneira de acessar um site que nos há-de dar acesso ao que procuramos.
Acabaram-se há anos as filas intermináveis (para mim não, que sempre fui muito organizada e trato de tudo a tempo) para entregar o IRS. Tenham atenção que o Estado, o famoso estado que somos nós todos afinal, só preencheu os campos que lhe convinha: o que ganhámos e o que ficou retido para o IRS. Outras contas que pagámos e que constam do mesmo documento, como o que pagámos para a segurança social ou para os sindicatos, não estão lá... deve ser a ver se a gente se esquece... E é preciso não esquecer nada! O que pagamos todos os dias de impostos é algo absolutamente impressionante. E é assim que vamos continuar, fazendo de conta perante a UE que somos bons alunos, quando afinal não passamos de uns cabulões que vivem à conta do povo.
Não. Isto não é discurso de esquerda, nem de direita nem de centro. É discurso de quem está farto de ser explorado até ao tutano. É o discurso que ouço todos os dias, nos transportes, na rua, nos cafés, nas instituições. É o discurso de um povo que está farto de gente que faz de conta que sabe fazer contas, que promete empregos mas que deixa as multinacionais pirarem-se para o estrangeiro, que quer ir buscar profissionais de saúde aonde quer que eles sejam mais baratos, para poderem ser ainda mais explorados e ainda por cima sentirem-se no paraíso: aconselho vivamente a irem buscar médicos à China: acho que ai podem ser contratados por tuta e meia e sentirem-se milionários. Hão-de pelo menos sentir a diferença de não viverem sob uma ditadura política.
Pelo menos cá apenas temos uma ditadura económica, que nos pode matar à fome, mas sempre, sempre, em liberdade!
Acho que foi por estas e por outras que Salazar ganhou o concurso de melhor português de sempre!

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