19 março, 2007

Caiu-me no goto...


Enquanto houver estrada para andar, como diz Jorge Palma... Portanto, parceiros de blog, nem vê-los, a esta hora estão com toda a certeza, colados ao ecrã da TV assistindo o Benfica, não sei o quê... E eu... aqui a bulir!
Se calhar o meu sem abrigo de estimação, que voltei a encontrar hoje no comboio da linha de Cascais, muito bem vestido, com um discurso diferente como é seu costume, desejando que estivéssemos todos de boa saúde e "vivos" e assim continuássemos, e fizéssemos uma boa viagem, muito bem vestido, de fato completo e gravata e boné amarelo com a palavra Brasil a verde, na cabeça, estará também algures a ver o jogo... Espero que esteja. Explicou que quem lhe deu o fato, para ele andar assim limpinho no meio de toda a gente, foi uma senhora ali da linha que ficou viúva e lhe deu os fatos do marido... Hoje vendia canetas fluorescentes a € 0,50 e isqueiros para acender os fogões um pouco mais caros (não prestei atenção ao quanto), porque como explicou, também a ele lhe tinham custado mais caro... pronto: o negócio é mesmo assim, tem que haver uma margem de lucro ou então não é negócio.
Dei-lhe € 1,00 e não fiquei com nada... Reparei que ele consegue sempre fazer dinheiro, ao contrário de outros que apelam à compaixão. Este homem não quer dó nem piedade. Quer ganhar a vida honestamente como ele diz. O meu coração sossegou... Sabia que ele havia de continuar sem abrigo... aquele homem vê-se à distância que não suporta grilhetas e as instituições que acolhem os sem abrigo têm demasiadas regras... este homem não suporta regras. É um ser livre e imaginativo! E eu gosto dele, pronto! Como diria a minha avó, "caiu-me no goto"

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