Fez ontem um ano que Gilberta, uma transexual brasileira, apareceu morta, afogada, num poço, para onde foi jogada tres dias depois de ter sido barbaramente agredida por um grupo de jovens da Oficina de S. José!
O Movimento Panteras Rosas organizou ontem, no Porto, a Intervenção " Gilberta: Morrer Invisível". A Gis, como era conhecida dos amigos, foi assim lembrada:
" Meu nome era Gilberta. Fui torturada, violada, assassinada.Para a Justiça, eu morri afogada e a culpa foi da água!.."
Como estamos lembrados - estaremos? - , os jovens foram responsabilizados por agressão, mas, estranhamente - mas será estranhamente? - não foram sentenciados como assassinos, nem torturadores, pois a vítima, muito simplesmente,morreu por causa da água, que a afogou!
É simples dizer simplesmente: Paz à sua alma! É o costume! Passsado um ano, a maioria não se lembra!
Mais palavras, para quê?
Nos tempos em que tanta gritaria e vigor encheram o país com a expressão retórica do direito à vida, aqui ficam estas singelas palavras de lembrança e de revolta.
Finalmente... parabéns, Fernanda Câncio, pela tua comovedora e lúcida crónica, no DN, de hoje, subordinada ao título: " Querida Gi...".
Eduardo Aleixo
1 comentário:
Infelizmente foi, é assim! Gisberta era uma marginalizada... em Portugal e em quase todo o mundo que se diz civilizado... não há rapazes maus. Não há instituições que não se preocupam com a educação, mas ensinam através dela a violência. É o mundo que temos. Apetece-me dizer um palavrão! Mas hoje estou comportada...
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