26 fevereiro, 2007

Obrigada.

Recebi hoje um presente. Um belo presente: a carta de um pai para o seu filho de 4 anos, acompanhada pela pintura ao lado. É uma bela carta de amor, que fala da vida e de tudo o que nela está contido: o amor, a raiva os bons e os maus momentos.
Não me surpreendeu a qualidade literária da carta, conhecendo como conheço o autor da mesma. Surpreendeu-me o gesto de ma ter enviado: porque se tem tornado um ser solitário, cada vez mais solitário, cada vez mais virado para dentro e para o trabalho que desenvolve.
Compreendo que o trabalho às vezes toma conta de nós. Muitas vezes toma conta de mim e isso é um péssimo sinal: é sinal de que tudo o mais na minha vida está errado. É sinal de que estou sem vontade de viver, de que estou tapando o sol com uma pequena peneira, querendo enganar-me a mim mesma. Isto aconteceu muitas vezes durante a minha vida. Agora já não acontece mais. Deixei de me refugiar no trabalho para fugir ao que quer que seja. Se estou mal procuro um(a) amigo(a) e converso sobre o que me aflige. Não espero o milagre da resolução dos problemas, mas dividir uma preocupação deixa-me mais leve, assim como dividir uma alegria me deixa ainda mais feliz.
É por isso que hoje fiquei tão feliz por receber este presente de um amigo que pensava estar perdido para sempre. Agora sei que não está. Agora sei que continuará a viver no meu coração como eu viverei no coração dele. Porque não serão dramas pessoais que nos farão sentir diferentes em relação ao outro. A amizade e o respeito continuarão a unir-nos... até porque o João continuará a fazer parte das nossas vidas!
Por isso, aqui te digo, sempre que te apetecer podes contar comigo: para conversar oralmente ou pela escrita se isso te for menos penoso. Podes sempre contar comigo, amigo.
E obrigada pelo lindo presente que me enviaste.

1 comentário:

npc disse...

A tua reacção à carta que te enviei foi um aconchego muito importante para a minha alma. Tenho-vos a todos muito amor. Em todos os trabalhos que criarei no futuro haverá sempre um pedaço desse amor por essa família que gostava que continuasse minha... (e mais não consigo escrever neste momento).