28 fevereiro, 2007

Isto é uma espécie de croniqueta.


Ando meia adormecida e pouco inspirada para estas croniquetas... pronto: acabo de inventar uma nova palavra: daqui a nada quando fizer a correcção ortográfica o corrector não saberá o que dizer. É bem feito, para não ter a mania que é mais esperto que eu!
Sendo assim e como não sei de que falar, vou deixar mais uma vez os dedos percorrerem o teclado conforme lhes aprouver (esta é para me redimir da croniqueta).
Um dia destes dizia a uma colega que não vivo para o trabalho. É verdade. Também é verdade que nem sempre fui assim. Trazia trabalho para casa, ficava no emprego o tempo que fosse preciso... mas curei-me. E não faço segredo disso. Trabalho porque preciso de pagar as minhas contas como toda a gente. Se pudesse viver do ar, vivia. Hoje tratei de um processo de uma pessoa que viveu durante 49 anos de uma pensão. Era pensionista desde os 31 anos. Se foi dada como inválida nessa altura, a invalidez, para o bem dela, deixou-a viver um tempo bem razoável, à custa do erário público. Cerca de 2/3 da sua vida a receber pensão. Quem trabalha hoje e desconta de verdade, não sabe se terá sequer tempo para se reformar, quanto mais se, tendo a sorte de ter saúde para chegar à idade da reforma, que por essa altura há-de andar pelos 70 anos, haverá algum do dinheiro que descontou toda a vida para ter direito a um ou dois anos sem ter que pensar em horários de trabalho... é por isso que eu deixei de viver para o trabalho. Quer dizer: não só, mas também. A verdade é que quem tinha razão era o meu pai: quem veste a a camisola, sai sempre "lixado". E eu sei disso por experiência própria. Por isso, cumpro com o meu dever sim senhor. Sou paga para efectuar um trabalho e dou o melhor de mim, mas limito-me a cumprir o meu dever. Deixei de trabalhar de borla... que isso é já quase o que faço eu e a maioria dos portugueses activos deste país. Ninguém se pode queixar da falta de produtividade quando ganhamos o mesmo fazendo muito ou pouco... a maioria das pessoas está-se nas tintas e faz o menos possível. E depois chamam-me parva. Se calhar até sou, mas pronto, já fui mais e continuo a dormir de consciência tranquila e a poder dizer na cara do director que saio mais cedo porque ontem saí mais tarde e ninguém me paga para isso.


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