02 fevereiro, 2007

Eu cá não me aturo!

Voltando ainda a partes do texto "Para sempre é tempo demais" e ao que os pais fazem pelos filhos, passou-me pela cabeça que há muitos casamentos a desfazerem-se quando os filhos estão finalmente prontos para viver a sua vida. E este finalmente tem, é claro a ver com o facto de os filhos ficarem cada vez mais tempo em casa dos pais. Conheço casos em que os "pequenos" até têm a sua casa, mobilada, prontinha a habitar... mas é só para darem umas voltas com o(a)s namorado(a)s de vez em quando. Porque continua a ser muito mais cómodo e económico viver em casa dos pais... e também sei que há pais que adoram este tipo de situação. Aliás cada vez mais, esta é uma situação que os pais adoram.
Mas já estou a entrar por outros caminhos. O que eu quero aqui dizer é que há casais que são infelizes desde sempre e para sempre porque os "pequenos" podem ficar traumatizados ou serem apontados a dedo na escola como filhos de pais separados... pelo menos essa é a desculpa que utilizam para não se separarem. Confesso que a minha generosidade nunca chegaria a tanto... Abdicar de uma vida inteira que não se repetirá jamais em nome de valores como esses é para mim impensável. E no fundo o que eu acho mesmo é que a maioria dos casais que vive em ruptura mas não rompe, o faz por uma questão de comodismo. Porque viveram para os filhos, amealharam para os filhos e odiaram-se um ao outro, mais e mais até à exaustão... até já não serem capazes de viver as suas próprias vidas... até já não serem capazes de viver sem os seus ódios de estimação...
Se fossem cada um para seu lado, com quem iniciariam o dia a gritar? Em cima de quem descarregariam o ódio que trazem do emprego, dos colegas, do chefe?
Parece que não, mas olhem que dá muito trabalho arranjar alguém capaz de nos aturar quando já nem nós mesmos nos aturamos!

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