Lembro-me bem: muitas vezes quando era pequena e me contrariavam, eu desejava acordar já grande para poder fazer tudo o que me "desse na telha". Agora, apetecia-me ter a idade do Daniel aqui ao lado, para que não tivesse que mover uma palha, senão abrir um pequeno choro, para que me dessem atenção. Não me estou a queixar de falta de atenção. Antes pelo contrário: tenho amigos e colegas da melhor qualidade (quase todos) que me têm acarinhado e mimado, mais do que eu mereço. Mas a verdade é que mesmo assim, acordo triste, sem vontade de cantar... e até as pessoas que me conhecem de passagem já me vão perguntando o que tenho, porque deixei de cantar... e eu não gosto mesmo de estar triste, mas isto há-de passar. Há-de passar porque estou rodeada de gente de bem, que nem sempre me entende, mas que eu sei que me quer bem.
A questão é que as pessoas não podem gostar de mim pela minha maneira de ser livre e espontânea e depois quererem "aperrear-me". Não dá! Eu sou animal do mato e não bicho de capoeira. Quem me quer bem tem que entender que o meu coração é suficientemente grande para albergar todos os amigos; mas os meus amigos não têm que ser amigos dos meus amigos. Portanto, se eu sei que alguém precisa de estar comigo a sós, não posso levar o rebanho de amigos comigo. Todos têm o seu lugar e o seu espaço.
E também não posso ser mãe dos meus amigos por muito jovens que eles sejam. Sinto-me muito mais como amiga dos meus filhos do que como mãe, desde que eles se tornaram adultos... e não tenciono adoptar mais filhos...
Agora é a vez de adoptar netos como o Daniel, que hoje me foi fazer mais uma visita: está assim, grande e bonito como podem ver. Uma delícia que me deixa babada. Este puto não é um bebé. É um espectáculo.
Amanheci triste, mas a tarde correu melhor: fui tomar café com um amigo e embora tenha sido só um pedacinho de tempo fez-me bem arejar. Depois tive o Daniel para mimar e finalmente a minha Sandra (sobrinha? eu vejo-a mais como uma amiga muito carinhosa e querida) com quem estive ao telefone durante quase uma hora, o que deu para pormos em dia as nossas vidas: eu dou-lhe colo e ela retribui e ficamos assim, mais aliviadas e mais unidas.
Daqui um grande beijo a todos os meus amigos que me têm aturado tanto...
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