04 janeiro, 2007

COM BREVIDADE, AO SABOR DA PENA...











Sim, com brevidade, porque já é tarde...
Mas ao sabor da pena ( das teclas...)...
Elas, as teclas, é que cumprem a missão de escrever no blogue, ao contrário do que foi programado...
Claro que eu sou as teclas.
Só que não dá para o que foi programado.
Mas quero, mesmo assim, deixar o sinal da minha presença: o sentimento no fim do dia, ou melhor, na noite adulta já, não é o mesmo da manhã, quando me levantei e saudei o sol, e andei pelas ruas de Lisboa, acompanhado pela minha mulher, e construí, com tanta alegria, a crónica para vocês lerem.. .
Mas não vão ler.
Lerão em outro dia.
Temos, no nosso blogue, falado, algumas vezes, sobre a vida e ... sobre a morte.
Eu acho que a vida e a morte fazem parte de um todo que é a natureza.
Costumo dizer que a morte deveria ser ensinada nas escolas.
Embora pense assim, e escreva assim, com lucidez, e sinceridade, a verdade é que, ao escrever o que escrevi, carreguei com toda a força nas teclas, e as palavras sairam mal, e perdi algum tempo a corrigi-las.
Eu sei que a vida é assim.
Vocês sabem.
Mas uma coisa é o discurso.
Outra, é a realidade.
No momento em que a gente vai escrever um poema de alegria, no momento em que acaba de ouvir música que adora, de Armstronmg, etc, o telemóvel toca... e a gente fica a saber.
Recebe um soco.
Não é a primeira vez.
Não vai ser a última.
Amigos, que partem.
Para sempre.
Faz-se um silêncio muito grande no silêncio da noite e não vale a pena prender as lágrimas. Pergunto a mim mesmo por que estou eu a escrever isto no blogue.
Eu sei por que o faço: hei-de escrever sobre a vida e sobre a morte.
Foi-se uma pessoa amiga.
Da terra da minha infância.
Nova ainda.
Com a doença que vocês sabem, que anda por aí a roubar vidas, seja qual for a idade.
Vai juntar-se às estrelas do céu.
Que eu, desde a minha infância, observo, em silêncio, nas noites de Mértola, sobre a ponte que atravessa o nosso Guadiana...

Eduardo Aleixo

1 comentário:

Anónimo disse...

Escreve, escreve mesmo, mas escreve só sobre a vida...

A morte quando nos toca doi, doi mesmo, mas é melhor falar das coisas boas, que também as temos.