Tem cerca de 1,75m, é moreno (tipo árabe), traços de rosto vincados, fortes, cabelo encaracolado cortado não muito curto, olhos negros e vibrantes.
Nunca o tinha visto. Hoje estava encostado na estação do metro do Campo Grande, no lugar onde eu própria costumo encostar-me... Apanhou o mesmo metro que eu e não sei onde saiu, uma vez que eu saí antes dele... Nunca o tinha visto antes e, embora algo me tenha atraído para este homem, não pensei nele todo dia. Era mais uma cara para esquecer, se...
Se eu não andasse a ler um romance que se intitula "A vida Nova" de Orhan Pamuk (o Nobel da literatura de 2006, que eu confesso que não conhecia), e que conta a estória de pessoas que leram um certo livro e que ficam tão obcecadas por ele, que a sua vida é virada do avesso. O personagem principal começa por procurar o seu "Anjo" que o libertará de uma vida sem sentido para o acompanhar numa vida repleta de sentido. São as coincidências que conduzem este personagem ao seu anjo...
Pois. Acontece que, quando voltei para casa, o homem que me tinha impressionado de manhã, se sentou à minha frente no metro! Um homem que eu nunca tinha visto, cruza-se comigo no mesmo dia de manhã e ao fim do dia... isto, enquanto eu ando a ler um romance que diz que há livros que mudam a vida das pessoas. E é verdade. Assim como há filmes que nos mudam a vida.
A figura do homem não me sai da cabeça. Pareceu-me um empregado desqualificado, de calças de ganga e camisolão de lã, sem quaisquer adornos mas com algo de feminino no rosto marcadamente masculino! Não ia a ouvir música, nem transportava qualquer livro ou jornal ou o que quer que fosse... Era um homem que não tinha nada que me chamasse à atenção, não tivesse sido o facto de eu o "ver" enquanto leio um romance que se chama "A Vida Nova"!
A ver se penso nele no fim de semana... a ver até que ponto tudo isto é capaz de me impressionar... e de mudar a vida em função de um livro que fala de outro livro...
1 comentário:
Interessante! A ver vamos o que o futuro reserva...
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