20 dezembro, 2006

O Natal tem pelo menos uma coisa boa, assim às primeiras: dá emprego a muitos Pai Natal! Estou convicta de que a maior parte dos Pai Natal que por aí andam, são desempregados a ganhar um dinheirito nesta época. Muitos são tão jovens... adivinhamos a sua juventude por trás das barbas brancas e dos aros dos óculos... hoje tive vontade de me dirigir ao Pai Natal que estava na estação do Metro do Cais do Sodré e perguntar-lhe quem era, o que fazia habitualmente, que idade tinha... aposto que nem pai é, quanto mais Pai Natal! Mas passavam várias crianças nessa altura e não achei oportuno aproximar-me... ainda esperei meio escondida que surgisse uma oportunidade, mas é claro que com o movimento da hora de ponta há sempre muita pequenada por ali... não foi possível, mas o assunto não ficou esquecido. Pode ser que ele ainda me possa dizer quem é e porque desempenha este papel. Ficou claro, pelo que observei, que gosta de crianças. Nisso ele estava a ser sincero: não precisava de representar para se perceber que as suas palavras para as crianças eram sinceras, que o seu carinho por elas era sincero... pelo menos aquele Pai Natal, por muito mal pago que seja, há-de achar que ainda assim vale a pena!
E há pelo menos um Pai Natal em Lisboa, (espero que ainda seja vivo) que tira férias nesta altura para ser Pai Natal. Mas essa é uma estória tão bonita que poderia até ser contada como estória de Natal...
Eu vou aproveitar as minhas crianças mais pequenas para manter a estória do Pai Natal... que eu acho que não faz mal a ninguém... as crianças precisam de fantasia, de personagens de sonho que iluminem as suas vidas tão curtas, mas já tão agitadas, saltando da cama cedíssimo, para irem para os jardins de infancia ou para as escolas, onde ficam na maioria dos casos, depositadas a maior fatia de tempo possível...
Mais uma vez lembro o Professor Agostinho da Silva que defendia a ideia de que só devia entrar-se na escola por volta dos 18 anos... até lá o tempo seria de infancia
Deixa-me cá fazer contas: sem perder um ano e com o processo de Bolonha em pleno, por volta dos 35 anos estaríamos prontos para entrar no mercado de trabalho. É claro que as mães seriam ainda mais velhas do que já são hoje, mas quem sabe a coisa resultasse! Lá estou eu divagar... deixo-me levar pela imaginação com uma facilidade... deve ser porque não conheci o Pai Natal e os filmes que via na infância com a Marisol e o Joselito me faziam sair do cinema a chorar como uma Madalena arrependida... se calhar também é por isso que hoje não há filme que me faça chorar, ainda que me emocione muito.
Viva pois o Pai Natal!

2 comentários:

Unknown disse...

Viva!.
Bom, a gente não sabe, lembrei-me agora... se não haverá Mães-Natal, escondidas no que nos parece serem eles, os Pais-Natal....Porque, nos tempos que correm, os direitos são iguais.
Isto, claro, com o devido respeito...

EA

Maria Eduarda disse...

Mas há Pai Natal que são mulheres. Continuam é a fazer de Pai Natal. Se calhar porque cada vez há mais mulheres que têm que fazer de pai e mãe ao mesmo tempo... coisas de mulheres treinadas para tudo! Abençoadas sejam.