12 dezembro, 2006

Daniel, meu amor...

Daniel, meu amor,
quero agradecer desde já a visita que me fizeste. Hoje falo por mim... hoje isto é mesmo entre nós.
Quero dizer-te que és um menino com muita sorte apesar de teres chegado a um mundo que insiste em dizer que procura a paz, mas faz a guerra, aonde os criminosos escapam muitas vezes à justiça, onde esta quase não existe... tu és um menino com muita sorte, porque tens uns pais que te quiseram muito, tens avós que te amam muito, verdadeiros e postiços como eu, tens uma boa casa, alimentação sempre que precisas, brinquedos, carinho (contaste os beijinhos que só eu te dei, hoje?; não falando nas outras todas...). Tu que chegaste a um mundo em que todos os minutos morrem crianças de fome e doenças tão facilmente evitaveis por uma vacina, tens a sorte de poder ter todos os cuidados. Por isso és um menino de sorte!
Mas a verdade é que tu aproveitas bem a sorte que tiveste: estás enorme (tens 3 meses e pareces ter 6!), és sorridente, amavel com todos, alegre, atento a tudo o que te rodeia... palras mal te dão um pedacinho de trela, ou até sem trela nenhuma! Falas contigo mesmo (nisso puxaste a mim!) e só choras quando tens fome...
Hoje estou aqui só para te dizer que és mais um neto meu. Tive a sorte de ver o Pedro crescer, de o poder fotogragfar quase diariamente... o Pablo só o conheci com 3 semanas, depois com 2 meses, depois com 11, depois com 13 e agora...agora não sei quando voltarei a vê-lo. Não sei se o seu andar já é seguro, não sei se vai dizendo algumas palavras em português e outras em italiano, ou se falará sequer alguma das línguas... porque uma coisa é "ver" outra é ouvir o que me contam...
Tu és pois Daniel, quer queiras quer não o meu terceiro neto! E sei que vais gostar que eu trate de ti de vez em quando, como hoje, quando te dei o biberon que tu devoraste. És um menino de oiro!
O meu menino de oiro que eu amo muito!

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