Não sou pessoa de "passar a limpo". Quero com isto dizer que o que aqui escrevo sai-me como a vida. É no momento que os meus dedos pousam nas teclas que o texto vai saindo. Nunca "passei a limpo" na escola, nunca passei a limpo na vida. Às vezes recordo... às vezes apetece-me partilhar, outras apetece-me guardar só para mim. Não sou melhor nem pior que ninguém. Sou eu e isso deve bastar-me... isso deve bastar a quem chamo amigo.
Não gosto de dizer mal de ninguém nem de coisa nenhuma, mas se alguma coisa me incomoda, tenho que deitar cá para fora. Enquanto estiver engasagada até parece que não durmo bem.
Por falar nisso, ando a dormir bem melhor ultimamente. Deve ser por via de umas coisas que trazia engasagadas e despejei...
Voltemos pois às cidades e às serras (não tarda nada estou a ser acusada de plágio!), Fundão/Gardunha, Covilhã/Estrela.
A diferença mais evidente que notei nestas cidades: os nomes das coisas (mais um plágio, daqui a nada vou parar a tribunal, deixa-me pôr Tribunal, para não ser acusada de desrespeito às autoridades e quiçá à nação... quero dizer Nação, claro!)
Na Covilhã, cada nova rua, praça, avenida, fonte, rotunda tem o nome de Carlos Pinto o actual presidente da câmara, que não quer ficar esquecido pela História... só que, tal como os famosos instantâneos, esquece-se que mudar o nome a qualquer das "coisas" a que ele deu o seu próprio nome é a coisa mais certa desta vida... a glória será efémera, a menos que ele construa algo de que a terra se possa orgulhar... e usar!
No Fundão, as ruas, a biblioteca, a rotunda têm o nome de Eugénio de Andrade, nascido na aldeia da Póvoa de Atalaia, freguesia do Fundão. O Presidente da Câmara do Fundão incentiva a cultura. A cidade "mexe". A biblioteca é frequentada por pequenos e graúdos. Incentiva um grupo teatral cedendo-lhes o espaço necessário para trabalharem para as crianças em idade escolar do Concelho. Existe o projecto "Gardunha Viva" que não tarda nada fará parecer a Estrela um retrato antigo do meu álbum...
Não tenho qualquer dúvida, que apesar da quantidade de "coisas" que na Covilhã têm o nome de Carlos Pinto, a memória das pessoas esquecerá mais dificilmente Manuel Frexes...
Vai uma aposta?
2 comentários:
Não aposto contigo porque me parece que ia perder dinheiro.
E o mais engraçado é que são os dois do mesmo partido!
Eu também não faço aposta nenhuma.Depois do apoio popular exuberantemente mostrado a Fátima Felgueiras,a Valentim Loureiro e ao presidente da Câmara de Oeiras; não conhecendo eu qualquer manifestação contrária do povo da Covilhã à megalomania do seu presidente; não vendo eu que perante estas enormidades e outras o pai do direito à indignação, Mário Soares, se tenha indignado ( muito menos agora que o seu filhinho João faz parte da Comissão Políica do PS ), querendo com isto significar que o comboio do país vai marchando para o paraíso, a que se chama agora de Socialismo Moderno; quem sou eu para alinhar numa aposta destas?
Mas que acho um descaramento, uma mediocridade, lá isso, acho.
E que ainda há gente decente e grande no país, como é o presidente do Fundão, é o que nos vai valendo.
Por aqui me fico que outras palavras mais azedas e vulcânicas se estão aproximando da ponta dos meus dedos para atacarem as teclas do computador e não estou para perturbar-me neste dia que me tem corrido tão bem...
Eduardo Aleixo
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