26 novembro, 2006

Poema

(Lembrando Cesariny, que estará entre nós... para sempre!)

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

(Mário Cesariny)

1 comentário:

Unknown disse...

Que havemos de fazer, de dizer?. Apenas que partiu mais um. E era enorme. Deixa-me ir buscar palavras a um tão grande como ele, Rainer Maria Rilke:

FINAL

A Morte é grande
Nós somos dela
De boca ridente.
Quando nos julgamos no meio da vida
Ousa ela chorar
No meio de nós.
( Rainer Maria Rilke).

Eduardo Aleixo