O dilúvio continua. O país está alagado. Muita gente perdeu os seus haveres, incluindo casas e aumóveis... e negócios. Anos de trabalho levados por água abaixo, debaixo dos narizes de cada um, sem que haja tempo de fazer o que quer que seja...
Os ribatejanos estão felizes... há anos que não havia cheias no Ribatejo e eles vivem sobretudo da água. A água traz fartura. É-lhes não só necessária como indispensável. É por isso que os vemos de calças arregaçadas a atravessar ruas transformadas em rios, de sorriso de orelha a orelha.
Acho que é a única região do país que ama as cheias. Todos precisamos de água. Mas eles precisam de muita água! Por isso estão felizes.
E eu gosto de gente feliz. Quem tiver que recomeçar tudo de novo, estará certamente cansado, abatido... e não achará graça à alegria dos ribatejanos.
Eu que não passo de um criatura urbana, acho. Não devia achar, por solidariedade com o resto dos país. Mas antes a água que o fogo. E se os fogos não viessem a consumir este país há tantos anos, as consequências da chuva não seriam tão trágicas.
Portanto: viva a água!
1 comentário:
Concordo contigo mais uma vez. E eu que já tive quatro inundações em casa, duas delas bastante graves, com prejuízos materiais substanciais e sobretudo prejuízos de ordem psíquica (porque estas coisas abalam-nos sobremaneira) fico muito mais transtornada quando vejo as imagens dos incêndios na tv, do que com aquelas também terríveis das cheias.
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