"Eu nunca fiz nada que fosse o correcto/ Eu nunca fiz nada que batesse certo".
Sempre que ouço estes versos dos Xutos, acho que podiam ter sido escritos por mim. Na verdade eu já nasci errada, no tempo errado! Nada bate certo. Não gosto dos dias pequenos e nasci nos dias pequenos.
Saio de casa de noite e entro em casa à noite. Faz-me falta o sol. O mar só já não me chega. Preciso de luz. De uma luz que me indique o caminho a seguir. Uma luz que me diga qual o caminho certo. E os dias não têm luz! Ou o pouco tempo que ela dura de pouco me serve, uma vez que estou enfurnada numa sala a trabalhar.
É por isso que saio tantas vezes do meu lugar e vou ter com os colegas, rir, brincar, implicar... Procuro a energia que a falta de luz me provoca. Persigo-a, insistente. Mas ela escapa. Quando saio é quase noite!
E ainda falta tanto tempo para os dias ficarem maiores... para eu poder aproveitar a luz um pouco, poucochinho (como diria a minha avó) mais...
A chuva continua. A água é uma benção. Mas não podia ser com um pouco mais de luz? Não podia ser de outra maneira? Tem mesmo que ser assim, em dias pequenos que não me dão tempo para coisa nenhuma?
1 comentário:
Acho que nunca conheci nunguém que gostasse tanto do verão, do calor, do mar, do sol. E quando os dias estão feios, ficas irrequieta. Eu não gosto do calor, mas gosto muito de sol.Gosto dos dias frios e cheios de sol.Tem a ver com a nossa essência, eu acho!Em qualquer dos casos, mesmo quando os dias são pequenos, sem calor e sem sol, tu tens a particularidade de ser o próprio sol (tens uma luz nos olhos), mesmo quando estás triste, continuas a ter esse sol para iluminar aqueles que dele precisam.Às vezes, sinto-me muito triste ou enervada, olho para ti, ainda que de soslaio, sinto-me mais reconfortada.
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