10 outubro, 2006

Sou uma tímida. Quando afirmo isto as pessoas que me conhecem há uns anitos riem. Acham que é mais uma das minhas brincadeiras... Pois bem: não é! Sou efectivamente tímida. Aprendi a disfarçar a timidez quando fiz teatro. Assim, digamos que aprendi a representar. É claro que não sou tímida com os meus amigos. Nem tal faria sentido. Mas sou com pessoas que me são estranhas ou que conheço mal.
É por isso que nunca te disse Eduardo Aleixo, quando trabalhava contigo, que te achava um homem de boas maneiras. Perguntaste-me ao almoço e eu respondo aqui e agora: nessa altura eras um superior hierárquico e eu não teria a ousadia de me pronunciar sobre o que achava a teu respeito.
É ainda e sempre a timidez, que me impede de dizer às pessoas o quanto gosto delas. Tenho receio que me achem piegas e lamechas. Mas aqui, no meu canto, no meu tempo, na minha casa, estou-me nas tintas para o que acham. Se me apetece dizer lamechices, digo. São do fundo do coração. Por isso não importa que achem piroso.
E também não me importo de ouvir as vossas lamechices. Parece que este blog está a tornar-se um ponto de encontro. Ainda bem! Que tenha outras serventias que não apenas a de satisfazer o meu vício de escrever, comunicar com letras o que não sou capaz de fazer com palavras.
Por isso, Paula, só hoje ficaste a saber o que penso de ti. A tua emoção contagiou-me. Eu sei que estamos a atravessar um mau momento, que precisamos uns dos outros para nos apoiarmos e ajudarmos a nossa amiga. Mas quando escrevi sobre o que sinto e penso de ti, isto ainda não se estava a passar, pelo menos como o drama em que se tornou. Mas ainda bem que só hoje tomaste conhecimento, se isso te fez bem...
E agora, aqui para nós, expliquem-me porque é que eu aqui trato toda a gente por tu?
E porque é que eu estou rodeada de gente tão especial como vocês? Agora Paula, isto é para ti, também: "porque eu mereço!". Diz isso a ti mesma de cada vez que te acontecer algo de bom... podes ter a certeza que mereces... o que não mereces são os maus bocados que tens passado.
Mas se assim não fosse que valor daríamos à vida?

2 comentários:

Anónimo disse...

Ainda bem que este espaço é um ponto de encontro, em que os corações se abrem e as bocas se tratam por tu.
É assim que vejo a vida, com transparência, sem vaidades, de modo simples, como simples é a natureza de que fazemos parte.
Assim vejo a vida que... assim não é.
Mas a vida também não sou eu que quero?
Assim também procurei conduzir-me na vida profissional, que só é bela, se tiver alegria, riso, afecto, tudo isto misturado com o trabalho, a produção, a criatividade.
Nada mais triste que a tristeza...
Já não nos basta a tristeza verdadeira, quando ela nos bate à porta?
EA

Anónimo disse...

A Paula é uma pessoa que admiro, de quem gosto muito e que é uma grande mulher. Já para não falar no sentido de humor apurado e na sua imensa disponibilidade.
Nós divertimo-nos muito enquanto trabalhamos e como isso deve incomodar alguns! É uma equipa e tanto!