(para a Rita, com amor)
A vida não é fácil. Sabes disso muito bem. A tua mãe dizia muitas vezes "devíamos nascer de geração espontânea" e eu concordava com ela.
Estávamos cansadas: de lutar, de acordar dia após dia para o mesmo!
Viver, muitas vezes, cansa! Começa-se a lutar muito cedo por um lugar ao sol ou simplesmente pelo pão do dia a dia. E quando uma de nós falava da geração espontânea era apenas porque estávamos exaustas de dar murros em pontas de faca. Não era por falta de amor. Era apenas falta de paciência. Ninguém é herói ou deus. Todos temos os nossos defeitos e qualidades. E sobretudo: limites. Aprendemos a conhecer os nossos limites ao longo da vida.
Não há santos nem demónios. Tu nunca foste demónio, mas também nunca serás santa. Não estás a ser castigada por coisa nenhuma que tenhas feito. Acredita em mim. Porque te amo. Como amo as tuas irmãs, os seus filhos e os meus.
Sei que te sentes só. Sei o que a solidão faz da nossa vida. Sei o que custa aprender a viver com a solidão. Como sei, meu amor! Mas nesta vida é preciso aprender... sempre... todos os dias. E não há nada que não se possa aprender. Eu aprendi a gostar de estar só e é como me sinto melhor. É muito bom estar com a família e com os amigos... mas é tão bom regressar à solidão! E a única solidão que não se suporta é aquela em que estamos acompanhados. Essa sim...foge dela. Sempre. Não te deixes apanhar pela teia do comodismo.
Ama o mais que puderes, porque se um dia deixares de amar terás sempre gratas recordações dos amores que passaram pela tua vida.
Entrega-te a todos os amores como se cada um deles, fosse o primeiro, o único, o último. Só assim o amor vale a pena. Meias tintas não são para ti. Meias tintas não são para mim. Quem sai aos seus...
Só não esqueças que te amamos... nós: a tua família e os teus amigos. Um abraço bem apertado.
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