Achei fantástica a ideia do americano convertido ao Islão, vir ameaçar os ocidentais das coisas mais horrorosas se acaso não se converterem ao islamismo. De facto, para uma agnóstica e ateia esta ideia é muito original: afinal Alá e Deus não são uma e a mesma pessoa, como os muçulmanos nos têm vindo a querer impingir... Alá é o verdadeiro Deus e este não passa muito provavelmente de um impostor...
É claro que o problema dos fundamentalistas é este: Alá é "A Entidade"!
Não sou uma ingénua. É evidente que esta ameaça não é feita seriamente... é apenas mais um pretexto para continuar uma guerra sem fim. Porque, supondo que os ocidentais e cristãos na generalidade e outras pessoas como eu, que não acreditam em Alá como não acreditam em Deus, cedessem a esta ameaça e, como que por magia, o Mundo inteiro se encontrasse convertido ao Islão, que pretexto seria inventado para eternizar a guerra?
É evidente que o "americano" não pretende a conversão do Mundo ao Islão. Até porque ele teria que arranjar outra forma de se tornar original. E não é fácil. Não é fácil!
Tenho um filho que se converteu ao Islamismo. Levava a coisa mais ou menos a sério, segundo me contava. Não era capaz de cumprir os jejuns mas fazia o possível para o conseguir. Orava às horas marcadas e estudou o Corão, ele que nunca estudou na vida, o que quer que fosse. Foi batizado com um daqueles nomes tipo Ahmed... Esta conversão ocorreu num país africano, de maioria muçulmana, na sequência de um grave acidente de viação. Ele acreditou que foi salvo por Alá e assim se converteu!
Quando regressou a Portugal cumpria os rituais: não bebia, não comia carne de porco, não largava o rosário...
Só que perante o problema de eu não permitir que a rotina diária da casa fosse afectada por aquela religiosidade repentina, foi deixando pouco a pouco todas as práticas... e pelos vistos, hoje é tão muçulmano quanto eu. Voltou a usar o nome com que foi registado à nascença e ponto final.
Se por acaso a minha atitude tivesse sido diferente, a crença dele cresceria, levá-lo-ia para o médio-oriente como ao "americano" e outros ocidentais convertidos ao islamismo e geralmente mais "papistas que o Papa"?! Não creio! Se a fé dele fosse verdadeira teria resistido... teria procurado a Mesquita de Lisboa... mas ele não fez nada disso. Porque foi criado sem qualquer crença. Respeito todas as religiões, todas as crenças, todas as fés... não me obriguem a acreditar no que quer que seja...
Portanto senhor "americano": tem aqui a sua primeira possível vítima. Não me vou converter ao Islão nem à Biblia... Nem que para isso o senhor se desloque ao meu país para "me cortar o pio". A fé não se impõe. Se alguma vez me vir convertida a alguma religião é porque as circunstancias da vida sofreram alterações que a isso me levaram... não porque o senhor mandou. Estamos entendidos? (Como vê não digo "desta água não beberei")
Aqui para nós... já reparou que esta sua atitude tem tudo ver com o senhor George? Pense nisso e fique na sua, tranquilo, com Alá, e deixe cada um viver a sua vida que aquilo de que precisamos é paz! E já agora um pouco de sossego, ok?
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