22 agosto, 2006

Coisas...


Se a estória não me tivesse sido contada por pessoa de inteira confiança, julgaria que era coisa antiga ou inventada, ou passada num qualquer país africano ou asiático, daqueles em que não existem direitos para as mulheres, porque as mulheres não existem: são fábricas de gente, depois passam a ser coisas e pronto!
Mas a estória passou-se há pouco em Portugal, mais precisamente em Trás-os-Montes. E é como se segue.
Um homem disse à sua mulher que precisava que ela fosse com ele à cidade para assinar uns papéis no Notário. Foram... Chegados ao Notário que afinal era uma Notária, a mesma perguntou à senhora se sabia o que estava a assinar. Ela respondeu que se o marido lhe tinha dito para assinar ela assinava. A Notária pediu ao senhor que se retirasse por momentos e explicou à senhora que os papéis eram para o divórcio e, se mesmo assim ela estava de acordo em assinar. A senhora respondeu de novo que sim, se o marido lhe tinha dito para assinar ela assinava. E assinou!
Voltaram para casa. Ela fez o jantar e enquanto toda a família se sentava para jantar ela atirou-se ao poço que existe no quintal da casa...
Passou-se em Portugal, um país democrático, onde os Direitos Humanos são reconhecidos. No século XXI. As mulheres objecto existem no nosso país, em maior número do que imaginamos. Coisas...

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