Lembrei hoje a estória de uma mulher que se divorciou porque deixou de suportar o marido. Quando lhe perguntei o que não suportava nele disse-me "ele não me proíbe nada!". Não sei o que foi feito dela... Não sei se arranjou um marido novo que a proíba de muita coisa e em caso afirmativo se é feliz assim...
Creio que não. Creio que se arranjou um marido do género proibitivo o deixou "porque ele a proibia de fazer tudo!".
Vem isto a propósito de um sujeito que costumo encontrar na praia e que marcou o seu lugar muito perto de mim, o que me permite um tipo de observação bem apurado.
Pois o tal sujeito vive só com certeza. Basta ver o cuidado com que dobra a T-shirt: como se a fosse guardar de seguida numa gaveta. A sério. Tenho visto gente muito arrumadinha na praia. Mas como este sujeito nunca tinha visto.
A T-shirt fica dobrada cuidadosamente até que ele a vista. É como se o sujeito estivesse em casa... se calhar a coisa não é relevante, mas eu sou uma voyeuse! E pensei cá para mim: serias capaz de viver com um sujeito tão arrumadinho? Como é que uma mulher implica com um homem arrumadinho? Sim... porque quase que aposto que deixa a casa de banho impecável quando sai do duche... Aposto que não deixa vestígios de ter feito a barba ou de ter lavado os dentes!
E então lembrei-me da tal mulher. Os solitários arranjam desculpas para continuarem sós. Toda a vida disse que é difícil viver com outra pessoa. Aguentar as pequenas manias. Todas as mulheres se queixam da displicência dos homens. Da sua falta de cuidado com as coisas de casa. Com o "desmazelo" como lhe chamamos. Eu também.
Mas tenho a certeza de que se tentasse viver com um homem arrumadinho como este de que vos falo, deixá-lo-ia rapidamente dizendo: "ele não deixa nunca, nada fora do lugar!"
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