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Meu rosto já tem vincos de cansaço.
Murcharam como as rosas minhas faces.
Já não posso estreitar-te num abraço,
sem temer, meu Amor, que não me abraces!
O luar nos meus olhos fez-se baço.
Meus lábios, se algum dia tu beijasses!...
Meu passado, porém, morreu no espaço,
qual nuvem que em chuvisco transformasses!
O futuro não tem de que viver.
O amor — raízes mortas que não nascem —,
os sonhos, estão como se embarcassem
num cruzeiro de calma, sem saber
que o é... Mas essa calma hoje é sinónimo
de um sentimento misterioso, anónimo...
(Isabel Gouveia)
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