25 junho, 2009

um livro para colorir


uma vez perguntei a S porque demonstrava tanto afecto por mim. respondeu que gostava de mim. que gostava muito de mim. porque segundo S eu sou diferente das outras pessoas. é claro que não sou. todavia há uma onda que atira S para os meus braços sempre que me encontra na rua. podemos levar semanas sem nos vermos ou encontrar-mo-nos todos os dias como tem agora acontecido. S abraça-me como se estivesse a afogar-se. S fica assim durante mais de 1 minuto abraçando-me com muita força. como se eu fosse uma âncora. e beija-me nas faces repetidamente. e depois segura-me o rosto entre as suas mãos e olha-me nos olhos e pergunta se estou bem. hoje a cena repetiu-se. respondi à pergunta sim S estou bem ou melhor estamos bem. a caminho de casa recordei o encontro de hoje e pergunto-me a mim mesma o que faz com que caiam nos meus braços pessoas de quem desconheço praticamente tudo. sei o seu nome e que tem uma filha pequena. costumo dar um brinquedo à pequena I pelo natal. só porque gosto de alimentar a estória do pai natal junto do mais pequenos. e também porque gosto de S e gosto de I a sua pequena filha. mas não sei porque gosto. são pessoas como dezenas de pessoas simples que me rodeiam. pessoas tão simples quanto eu que têm dias bons e dias maus. que riem felizes ou entram em depressão como aconteceu com S há uns meses. mas é destas pessoas simples e bonitas destas pessoas que me mimam todos os dias sem que eu tenha feito algo para merecer o seu afecto que eu encho minha vida de cor. como um livro de colorir.

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