24 setembro, 2008

Naufrágio


A rua cheia de luar
Lembrava uma noiva morta
Deitada no chão, à porta
De quem a não soube amar.

Já não passava ninguém...
Era um mundo abandonado...
E à janela, eu, tão Além,
Subia ressuscitado...

Vi-me o corpo morto, em cruz,
Debruçado lá no Fundo...
E a alma como uma luz
Dispersa em volta do mundo...

Mas, à tona do mar morto,
Um resto de caravela Subia...
E chegava ao porto
Com a aragem da janela.

(Branquinho da Fonseca)

1 comentário:

LetrasAlinhadas disse...

Boa escolha, um beijo!