18 maio, 2011

boudou sauvé des eaux

uma comédia de jean renoir de 1933. uma estória simples mas muito bem contada e interpretada. uma delícia estar na cinemateca a olhar imagens recuperadas de um filme com quase oitenta anos. e assisto deliciada solto gargalhadas como há muito tempo não acontecia e sinto uma felicidade infantil invadir-me. boudou querido como lhe chamaram em português é um vadio bronco mas simpático que se atira ao rio e é "salvo" por um livreiro que se assume como um verdadeiro burguês (interessante que na altura ser burguês era uma honra. hoje se nos foge a boca para a verdade e chamamos burguês a alguém somos imediatamente acusados de usar chavões de esquerda). adiante. depois de muitas peripécias a mulher do livreiro envolve-se com boudou que detestava e descobre que o marido namora a criada (pois aqui está outra palavra maldita nos nossos dias. empregada doméstica ou secretária do lar, peço desculpa). adiante. boudou fica rico com uma cautela que o livreiro lhe oferecera e casa com a criada (insisto porque no filme ela é tão criada quanto o patrão é burguês). acabado o casamento boudou vira o barco onde seguia com a noiva e os padrinhos e desaparece. a noiva chora a morte do marido acabadinho de agarrar e este consegue chegar à outra margem desfazer-se do seu fato de noivo e voltar à sua bela vida de vadio. cá fora dou por mim a pensar no quanto era difícil fazer um filme em 1933. ontem ri à gargalhada graças a esse senhor do cinema francês mais de 30 anos passados sobre a sua partida. vale a pena estar atenta à programação da cinemateca. sem dúvida.

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