04 agosto, 2009

não sei

do décimo quinto andar posso observar até muito longe. posso observar a rua debaixo do meu nariz. posso ver que alguém desenhou um estacionamento em espinha pelo avesso o que obriga os condutores a fazerem manobras perigosas e a parar o trânsito de cada vez que alguém quer estacionar. depois de muitos dias a pensar nisto decido-me finalmente a fotografar a avenida e o seu estacionamento. mais tarde saio para comprar fruta e deparo-me com uma pequena multidão olhando algo. curiosa e com todo o tempo do mundo próprio de quem está de férias aproximo-me e posso ver que um carro ao fazer a manobra para estacionar bateu no carro que já lá estava. tem os quatro piscas ligados mas não há sinal do motorista. no passeio um homem fala pelo telemóvel. sigo em direcção à frutaria pelo caminho mais longo. na volta vejo que a polícia já chegou. subo ao décimo quinto andar e volto a pegar na câmara. faço fotos. dos carros da polícia de tudo o que me
chama a atenção. um pouco mais tarde volto a minha atenção para a avenida e percebo que a policia está a falar com uma senhora com cerca de 60 anos. percebo que a policia quer que estacione o carro como deve mas ela passa as chaves para a mão de um deles. o carro é desncaixilhado do vizinho e finalmente estacionado como deve. do outro carro não tive mais notícias. esteve parado no mesmo lugar sem que se percebesse que o dono tivesse dado pelo acontecido. uns dias depois foi rebocado por uma grua. porquê? pois. não sei.

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