ar de quem desafia o mundo é um pequeno grupo. dois rapazes e uma rapariga. a carruagem está quase vazia mas eles enchem-na. e não me agrada o modo como o fazem. porque se limitam a encher o espaço de palavrões. a rapariga decide ocupar o corredor de pernas abertas. levanto-me para sair e peço licença. ela afasta-se para eu passar. saio em direcção a outra estação. passados alguns minutos passam os três por mim numa correria desenfreada. penso comigo mesma que se estão a cansar à toa. afinal o comboio que querem apanhar só chega daí a 10 minutos. tempo de sobra para fazer o caminho com calma debaixo do sol abrasador e sem uma sombra a que me possa recolher. quando chego à plataforma o grupo lá está. procuro os lugares abrigados pela sombra e vejo uma rapariga a fazer o que me parecem movimentos de alguma arte marcial. os movimentos são bonitos e denunciam alguma doçura. sento-me e continuo a observá-la. percebo então que ela não está a fazer nada que se pareça com uma arte marcial. é uma coreografia que inclui pequenos passos de dança e erguer de braços com leveza. várias pessoas a olham mas ela parece não perceber. continua a sua coreografia até que o comboio chega. não entra na mesma carruagem que eu e eu estou impedida por motivos físicos de mudar para a carruagem em que entrou. não sei pois se continuou a ensaiar a sua coreografia. sentados à minha frente estão dois turistas. um deles é oriental e o outro nórdico. este tem uma câmara fotográfica e levanta-se para fotografar através da janela o cristo rei. eu saio na minha estação. estou de férias. enfim.
Sem comentários:
Enviar um comentário