14 junho, 2009

um dia de domingo


saio de manhã com a ideia de caminhar à beira mar. passo pelo supermercado para uma compra de última hora e quando saio está a chover. recebo a água na cara como uma bênção. não sei porquê a chuva faz-me lembrar sempre Pilar desde que a conheci. certamente por ela dizer que todos os dias eram bons. hoje sei que suporta mal o calor em demasia. talvez o suportasse melhor quando a conheci. pensando bem eu também já não posso estar ao sol nas horas de maior calor. e também porque a temperatura do meu corpo é geralmente mais alta que o comum dos mortais. não o disse a Pilar quando se admirou com o calor do meu corpo ao tocar-me. a verdade é que só me apercebo disso quando as pessoas que me tocam o referem. e a verdade é que o meu corpo não reage sempre da mesma maneira... terei que me estudar um pouco mais para perceber. todavia não é coisa que me preocupe realmente. saí pois do supermercado e decidi rumar à praia. estacionei frente ao mar e deixei-me ficar lendo la medida del amor. frente ao mar. de vez em quando levantava os olhos e olhava o mar e pensava que gostaria que Pilar pudesse ver com os meus olhos o mar que tanto ama. como seria bom que tivesse sido inventado um sistema que nos permitisse ver através de outros olhos a milhares de quilómetros distancia. assim poderíamos ambas ver desde Lisboa e Madrid quem sabe Oslo... ou qualquer outro lugar na Noruega. e assim fiquei frente ao mar. Sara e Pilar estavam comigo. não sei como farei para estar com Pilar quando terminar de ler o seu livro. e tenho que me impedir de estar lendo constantemente para o saborear mais lentamente como quem come um gelado. não como eu que os devoro mas como Pilar que come pedacinho por pedacinho bem lentamente. assim farei com o seu livro. mas temo que o termine muito rapidamente.. e temo não estar então tão perto dela quanto gostaria.

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