preciso muito de te dizer que finalmente começo a sentir-me em paz com a tua falta como se estivesse a perdoar-te o facto de teres partido sem um aviso sem me dares tempo de concretizar os sonhos que sonhámos de viagens ao deserto em camelos e 4x4. finalmente começo a sentir um ambiente mais leve. o facto de ter deixado para trás algumas das coisas que me impediam de pensar senão em ti o dia inteiro acho que tem ajudado. lembro-me de ti todos os dias. todos nos lembramos eu acho. alguns com mais outros com menos saudades. também há é claro quem não tenha sentido a tua falta. sinal do egoísmo e do cinismo dos tempos que correm. mas afinal não há não houve nem haverá nunca quem agrade a gregos e troianos não é? o facto é que a maior parte das pessoas gostavam de ti. pela tua generosidade simplicidade e inteligência. pela falta de apego ao poder. por estares onde estavas contra vontade. por tratares a todos por igual. pelo cuidado que punhas em não magoar ninguém que muitas vezes não foi percebido ou foi mal interpretado. esta semana o gago apareceu por lá. reformado como está passa metade do ano no Algarve a fazer o que gosta como sabes pesca e fotografia. apareceu por lá e não sabia que tu já não estavas ali connosco embora estejas sempre presente. comoveu-me o facto de se ter referido a ti como aquela miúda tão inteligente se deixou assim levar. talvez alguns de nós aqueles que pensamos que desististe tenhamos razão. afinal eu entendo-te tão bem! viver assim como vivias cansa. até à exaustão. cansa até que um dia a vontade de desistir é mais atraente que a de continuar lutar. dar murros em ponta de faca magoa. eu sei.
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