02 abril, 2008

Para mim será sempre o José Eduardo.


Hoje recebi um email do José Eduardo anunciando o seu novo livro de poesia, bilingue (inglês e português). Fiquei contente porque ele não me deixou de fora da novidade.
É que eu conheci o José Eduardo em 1976 em Ponta Delgada. Tinha 19 anos e ele pouco mais de 20. Conhecemo-nos trabalhando e como éramos só os dois, apesar da timidez de ambos, dois dias depois éramos amigos de infância. Afinal para além da juventude unia-nos o facto de termos ambos vivido em Angola. E quando os angolanos se juntam é conversa de não acabar mais.
Já nessa altura o José Eduardo escrevia poesia. Publicava alguma nos jornais, como de resto eu cheguei a publicar no mais antigo jornal de Portugal, o Açoreano Oriental. Tínhamos portanto diversos pontos de união. O nosso trabalho era recensear a população e quando o José Eduardo me propôs que eu atendesse os homens enquanto ele atendia as besugas (é o nome que se dá às mulheres bonitas em S. Miguel e tornou-se também por lá nome de marca famosa de batata frita). Eu estava no último mês de gravidez do meu filho mais velho, não tinha nada de visível senão um grande barrigão e sentia-me muito feliz com isso. E arranjava sempre maneira de empurrar as besugas para o José Eduardo.
Depois cada um seguiu o seu caminho. Passados 6 anos voltei para Lisboa e nunca mais soube dele. Só que um belo dia lembrei-me e procurei por ele aqui mesmo na NET. Ao contrário de mim, continuou a escrever e fez disso a sua profissão. Casou com uma açoreana e seguiu como é natural nas ilhas, o caminho da emigração. Trocámos então alguns emails. E eu vou estando atenta ao que escreve. Vive no Canadá, tem dois filhos, diz que é feliz apesar de sentir saudades do calor de África. Acho que todos temos, amigo. Só que hoje por exemplo eu estive com certeza muito mais próxima das temperaturas de Angola do que tu.
Seja como for. O nome do escritor é Eduardo Bettencourt Pinto. Para mim será sempre o José Eduardo. Se virem algum livro dele nos escaparates não deixem de comprar. Vão ver que não se arrependem.
Aquele abraço para ti, José Eduardo. e parabéns pelo teu trabalho.
Nota: se puderem espreitem em http://www.libroslibertad.ca/book.php?id=12

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