04 abril, 2008

Amizade, palavra vã.


Convive-se com uma pessoa durante anos, dia após dia, semana após semana, mês após mês, durante 10 anos. Durante todo este tempo alguém nos avisa que a companhia não é recomendável. E continuamos a acreditar. Afinal connosco foi sempre carinhosa, impecável, prestativa, amiga... outras pessoas vão avisando e nós ouvidos moucos. Que razão para deixar de falar e ajudar alguém que só mostra ter alguns comportamentos pouco éticos que não nos afectam directamente? Foge às finanças e grita-o aos 7 ventos, inventa, serve-se de tudo para estar bem na vida. E todos os comportamentos desonestos são tomados como inteligentes. Burros são os outros que não aproveitam os buracos na lei, os buracos no sistema... não são honestos. Pelo menos não são mais honestos que ela. São burros e ponto final.
E quando por fim percebemos que afinal quem nos avisava tinha razão, que não se tratava apenas de pequenas trafulhices mas de maldade que incluía estórias inventadas para pisar quem quer que fosse... aí o castelo de areia desaba. O nosso mundo desaba. Perdemos uma amiga. Definitivamente. Porque a mentira não se consegue perdoar. A maldade ainda que seja feita a pensar também em nós não se perdoa. Passar por cima de tudo e de todos, pisar, humilhar escamotear factos, não se perdoa.
Não se perdoa. Não se esquece. Mas dói. Dói de verdade quando se percebe que fomos usados durante todo o tempo, que nos tentaram comprar durante todo o tempo. Que afinal para muita gente amizade é apenas uma palavra vã.

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