06 março, 2008

Tenho dito!


Tenho cá para mim, que a avaliação proposta pelo governo para os professores, consegue ser ainda mais imbecil que o sistema de avaliação dos funcionários públicos (vulgo SIADAP). Na verdade não percebo muito bem como é que os professores podem ser avaliados pelos pais dos alunos (ainda que eles mesmos sejam professores) e o que me parece é que o governo quer dá uma imagem de um Portugal europeu que é uma mentira.
Nas Novas oportunidades, por exemplo, o 12º ano é aquilo a que se pode chamar uma "cagada". Mas o que o governo pretende, não é que as pessoas aprendam. É fazer de conta que as pessoas não continuam a ter um nível tão grande de iliteracia que são incapazes de preencher um formulário, por mais simples que ele seja.
Na verdade ninguém neste país está verdadeiramente preocupado com qualidade. O que se pretende é apresentar números, seja lá como for, seja lá a que custo for.
Quanto ao SIADAP (o tal sistema simpático de avaliação dos funcionários públicos) não passa de uma muitíssimo mal disfarçada medida economicista do governo. Qualquer funcionário público que desempenhe as suas funções como deve e seja cumpridor, levará 10 anos a subir de categoria. Se o chefe não for com a cara dele, até lhe pode dar duas avaliações negativas e mandá-lo para as fileiras do desemprego... afinal por alguma razão em 2009 os funcionários públicos passarão a descontar para o desemprego...
É desmotivador este sistema que se quer aplicar aos professores. Faz-me lembrar uma professora muito jovem de Física-Química que tive e segundo a qual os alunos só tinham má nota porque os professores as davam. Logo os alunos não tinham que saber. Então como é que ela resolvia o problema? Muito simples: 1 mês antes dos testes começava a dizer o que não era preciso estudar, de tal modo que quando chegávamos ao teste, sabíamos exactamente o que ia sair e até os alunos péssimos como eu na disciplina, não tinha menos de 18 valores... eu que até tinha passado "coxa" a Física nos anos anteriores!
Esta senhora era muito jovem. Mas a senhora ministra não é. Se os alunos não estudam, não fazem o seu trabalho, não aprendem, devem ser mal classificados... e o professor não pode ser penalizado por isso!
Assim como os funcionários públicos não devem ser avaliados por um sistema de quotas perfeitamente inaceitável, que os desmotiva e lhes cerceia a ascensão na carreira.
Por hoje... tenho dito!

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