10 março, 2008

Sou quase feliz.


Sou quase feliz e fico feliz por isso. Quem não ama não sofre, quem não carrega o passado segue adiante mais leve. E é por isso que eu sou quase feliz.
Não perdoo que não sou santa para o fazer. Não esqueço porque tenho boa memória e esquecer só serve para voltar a cometer os mesmos erros.
Tenho mau feitio, sou difícil de aturar (às vezes nem eu me aturo, é verdade), mas quem me merecer confiança e não a trair terá tudo de mim.
Por outro lado não suporto gente que mente, engana, trai, serve-se dos outros para alcançar o que deseja. Gente sem escrúpulos não quero ter perto de mim.
Também não suporto gente burra que se faz passar por inteligente. Gente que se vai encostando até que os carreguemos às costas. Não. Não gosto, mesmo dessa gente.
Por outro lado tenho o maior carinho pelos meus amigos que às vezes (e com razão) se queixam dos meus silêncios, do tempo imenso que eu passo sem passar cartão, sem dizer se estou viva ou morta. Também como costumo dizer, para isso, basta passarem por este meu tempo onde ando porque há espaço, de vez em quando, quando se lembram de mim ou quando bate a saudade.
A verdade é que não gosto de conversar ao telefone. Gosto de olhar nos olhos das pessoas com quem falo para saber se o que me dizem é efectivamente o que sentem... porque é possível mentir ao telefone, mas mentir olhos nos olhos só para artistas. Só para grandes artistas...
Mas sou quase feliz. Para a frente é que faço o meu caminho. Não tenho nostalgias. E se às vezes me ausento tanto tempo é apenas pelo prazer de sentir saudades.

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