04 março, 2008

Não há bela sem senão


Guardar um segredo é uma das coisas piores de se fazer nesta vida. Para quem os guarda. Não estou a falar de segredos de polichinelo, daqueles do tipo, eh pá mas não contes nada disto a ninguém e o outro pergunta, quantos já sabem? uns 500...
Não. Estou a falar de segredos de verdade que nos pedem para guardar até ao momento certo. E por muito pouco tempo que seja esperar o momento certo, é sempre tempo de mais. É uma agonia, um desamparo, um querer responder a quem percebe que guardamos um segredo e fazê-lo entender que não podemos contar. E isso fará inevitavelmente de nós, guardadores de segredos... porque pedir a alguém que guarde um segredo de verdade implica confiar inteiramente nessa pessoa. E se é duro guardar um segredo, mais duro seria deixar de o guardar...
Tudo isto a propósito do tempo há que ando aperreada por um segredo. Finalmente chegou o dia de toda a gente saber. Não fui eu quem o contou. Também não foi quem o devia fazer. Quem o devia fazer contou-mo a mim sem pedir segredo mas "de forma sigilosa". Um sigilo que já não me aperreia porque é do conhecimento geral.
Ao longo da vida tenho guardado muitos segredos. Alguns que serão para o resto da vida. Se isso me angustia também me dá alguma alegria. A alegria de saber que as pessoas confiam em mim. E por isso, hoje contaram-me outro segredo, que o mais certo é ir comigo quando partir...

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