Eu sei. Sou radical. Nada a favor e nada contra. Cada um é como é. Se me aceitas tudo bem se não tudo bem na mesma.. Eu aceito as pessoas que vivem aceitando as coisas que a vida lhes dá, sejam boas ou más. Aceito as pessoas que se conformam com o "destino". Estava escrito... Está escrito. Eu sei. Mas nem por isso me curvo perante o que me aparece. Não sei viver de outra forma. É tudo ou nada, percebo que seja difícil perceber alguém para quem a vida é um poço da morte. Onde só é possível viver com muita adrenalina ou sem nenhuma.
Mas é assim que sou, portanto... é como já disse. É difícil viver sem uma causa. É difícil hoje em dia arranjar uma causa pela qual viver. Os tempos de luta vão longe, olhamos para trás e não mudámos nada no essencial. As mentalidades de quem lutou e gritou por valores de igualdade e fraternidade tornaram-se mais burguesas do que a daqueles contra quem lutaram. O consumismo destruiu o pouco que havia de bom na nossa sociedade e agora pouco há a fazer.
Ontem fiquei feliz por conversar com uma jovem mulher, professora de francês e com uma filha de 6 anos. Não lhe dá prendas senão nos aniversários e no Natal... e mesmo assim com conta peso e medida. Foi criada assim, e consegue a aprovação do marido, com quem a Mariana não pode contar com um sim depois de a mãe ter dito não. Não se contradizem um ao outro. A palavra de um é a palavra de outro.
Acredito que a Mariana será uma menina bem formada, que provavelmente vai educar os filhos da mesma maneira. Não lutará com uma professora, seja pelo que for, muito menos por um telemóvel... disso tenho a certeza.
Mas os valores mudaram a vida já não é o que era. E está um bocado chato demais viver assim, sem uma causa, sem um porquê a que dar resposta.
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