13 março, 2008

É assim que protesto!


De vez em quando tenho orgulho de ser portuguesa. É pena que seja apenas de vez em quando. Mas espero que as mentalidades vão mudando a pouco e pouco. Afinal o acordo ortográfico demorou 17 anos a ser concluído e só será definitivo dentro de 6 anos. Há coisas que são assim. Demoram. Por mais speedados que sejamos cada coisa tem seu tempo. É claro que às vezes é preciso tomar uns comprimidos cor de rosa para ter a calma suficiente para esperar.
Mas lá vou eu por caminhos que os meus dedos escolhem. A ver se ponho a cabeça a mandar neles em vez de deixar que eles mandem nela.
No sábado passado o meu peito encheu-se de alegria e orgulho ao ver a gigantesca manifestação dos professores deste país. Há quem diga que não têm razão. Há quem diga que têm. De uma coisa estou certa: deram o exemplo de união a um país que não está habituado a este tipo de atitudes. E vão continuar. E conseguiram o apoio dos alunos. Um exemplo para todos nós.
Amanhã há uma greve da função pública. Tenho colegas que não sabiam. Não estão informados. Apesar dos sindicalistas à porta dos postos de trabalho. As pessoas aceitam os panfletos e deitam-nos no primeiro caixote do lixo que encontram, sem sequer darem uma olhada. São capazes de ler a propaganda a bruxos, distribuída à porta do Metro oudas estações da CP, mas não se dignam a dar uma espreitadela que seja aos panfletos dos sindicalistas.
Eu não sou sindicalizada. Tenho as minhas razões para isso. Por uns pagam outros mas aqui há uns anos a cena a que assisti foi tão triste que nunca mais pensei em sindicalizar-me. Mas faço todas as greves. Porque as tenho achado sempre justas. Porque acho que, se não resultam como deviam é porque a função pública não se une. Cada qual puxa para o seu lado e assim não vamos a lado nenhum.
Por mais que me digam que não adianta fazer greve, eu faço. Não tenho outra maneira de mostrar a minha indignação enquanto trabalhadora. É assim que eu protesto!

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