O Sebastião tinha 20 anos de idade, mais de 1,80 metros de altura, olhos azuis e cabelos encaracolados castanhos. Era originário de uma das famílias mais "bem" do Porto e vivia em Ponta Delgada, onde eu o conheci, a ele e aos seus 3 irmãos e pais... fora os setter ingleses que também pertenciam à família e como tal tomavam as refeições à mesa com o resto da família...
O Batão como lhe chamávamos tinha na verdade uma idade mental que não ultrapassava os 12 anos e era uma criança adorável, mesmo quando fazia tropelias próprias dos seus 12 anos... o Batão adorava animais, especialmente cavalos e era capaz de ficar a trabalhar no centro hípico sem nada receber em troca, dias seguidos, esquecendo-se até de comer...
Outra das coisas que o Batão gostava de fazer era jogar poker de dados... e pedia-me os dados para poder treinar! Treinar dados... parece impossível mas é verdadeiro.
Do Batão há inúmeras estórias para contar... o Batão que eu tratava como a um irmão mais novo e que estava sempre pronto a ajudar-me até nas tarefas domésticas.
Hoje lembrei-me do Batão. Pensei no Batão todo o dia. Não sei porquê. Talvez porque me tivesse dado vontade de voltar a montar e ter pensado que é um disparate não o fazer, com um centro hípico aqui mesmo à mão de semear...
Como o Batão também eu tenho uma paixão por cavalos que nos conhecem muito melhor que a maioria dos homens.
Tomara que volte a encontrar-te Batão... nos teus doze anos de menino que me ficou na lembrança.
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