05 janeiro, 2008

pode ser que para o ano...


Acabei de escrever uma mensagem que não sei se chegarei a publicar... é que pela primeira vez, escrevi algo que estava dentro de mim mas que não me apetece mostrar. Melhor: acho que não devo mostrar... há males que vêm por bem e por isso o melhor é mesmo seguir em frente sem olhar para trás, a não ser que isso sirva para me lembrar de que não devo confiar nas pessoas pelas aparências, nem pelo que dizem pensar... Só para isso serve o passado. Para não voltar a errar no mesmo ponto.
Portanto, adiante que se faz tarde. Um dia de chuva que me impediu de percorrer os 5 km do costume porque os pés estavam pesados de tanta água nas peúgas. Dei-me por vencida, querida chuva, querida água, por ti até desisto de continuar a ver esse mar zangado que se abre à minha frente. E vou pensando na desilusão que sentem os inscritos na Lisboa Dakar com a anulação da prova... afinal de contas é uma coisa que só podem fazer uma vez por ano, ou podiam, sabe-se lá, e eu posso ter muitos mais dias para caminhar junto ao mar, para o ver. Não é desta que vão ver o deserto que também lembra na sua imensidão, o mar... Só que eu, quando estou longe do mar fico cheia de sede. É por isso que tenho que viver junto dele, olhá-lo da janela, todos os dias diferente, ora encrespado e cinzento como hoje, ora calminho com pequenas ondas que se desfazem mansamente na areia da praia, ora um perfeito lago, azul ou verde ou todos os tons da natureza, conforme esteja o dia.
E o pior é que se fica com a sensação de que o terrorismo pode definitivamente influenciar as nossas vidas. Não acho que o rally fosse mal anulado. A segurança das pessoas está em primeiro lugar e a verdade é que, se alguma coisa corresse mal os organizadores da prova teriam todos contra si. Mas aqui para nós, não vamos mudar a nossa vida só porque uns fundamentalistas se arrogam o direito de matar, sequestrar e intimidar o mundo inteiro.
Quando se deu o 11 Março em Madrid o meu filho mais novo achou terrível que eu continuasse a viajar de comboio e metro todos os dias... sentia que eu estava ameaçada. Expliquei-lhe que não podíamos mudar a nossa vida em função de gente que não presta.
Mas a verdade é que neste caso a coisa é bem diferente. Aqui fica a minha solidariedade aos ex futuros participante do Lisboa Dakar 2008... pode ser que para o ano haja mais.

1 comentário:

Paula Crespo disse...

...E afecta muito mais do que pensamos e nos damos conta...
Bom fim-de-semana (com muita água, o que não dá muito jeito para caminhadas à beira-mar).