01 janeiro, 2008

Em 2008 a última de 2007...


Pois cá estou de volta e como as tristezas não pagam dívidas nem os aumentos que nos esperam a partir de hoje, (o primeiro dia da graça de 2008), vou contar uma estória que se passou comigo no último dia da graça do ano de 2007 (ontem, portanto)...
Como vos disse fui passar o fim do ano ao deserto alentejano, pelo menos segundo o senhor de sua graça Mário Lino. Antes de partir e já com as bagagens no carro, fui fazer a minha caminhada junto ao mar como de costume, encher os olhos de mar até porque não sabia muito bem quanto tempo ia ficar por lá (pelo deserto, evidentemente!)
A viagem foi tranquila, almocei em casa de S e CC, um arroz de polvo maravilhoso cozinhado por ele e depois do almoço, pegámos no Ambrósio (CC hoje chamou-lhe Alfredo e realmente eu gostei, pelo que, como ainda não tem os sacramentos da santa madre igreja, vou adoptar para ele o nome de Alfredo. Mas ontem ainda era Ambrósio!
Depois de fazermos as últimas compras para um fim de ano que se queria em beleza, apesar de no deserto, pedi ao Ambrósio que nos indicasse um sítio não muito longe dali, onde pudéssemos ver água. O Ambrósio disse logo que havia a cerca de 20 km a Barragem Dois Minutos que era bem bonita, portanto aceitámos a sugestão e aqui vamos nós que se faz tarde...
Às tantas ouvi o meu celular emitir o sinal de mensagem, como era complicado ver do que se tratava uma vez que o celular estava no bolso do polar que eu trazia vestido por baixo da parka que estava completamente abotoada (é que o deserto alentejano é frio p'ra burro, pelo menos para mim!), continuei a conduzir. À entrada e quase saída também de uma aldeia perdida no meio daquele deserto, o celular começa a tocar e como chamadas eu só não atendo se não ouvir chamar, estacionei o carro, tirei o cinto de segurança, desabotoei a parka e finalmente consegui atender o telemóvel... era uma amiga a desejar-me um bom ano, ainda falámos um bom bocado, depois li a mensagem que era uma daquelas imensidões de mensagens de ano novo a desejar tudo e mais alguma coisa, quando o que eu quero mesmo é saúde e sossego, pus de novo o cinto de segurança e arranquei em direcção a uma rotunda que estava a uns 50 metros do sítio onde eu tinha parado...
Muito bem escondidos estavam 3 (três) carros da GNR que mandaram parar imediatamente, o que fiz, até porque não ia de certeza a mais de 30 Km /hora. Um dos senhores agentes deu a volta à viatura, olhou os selos todos, pediu-me os documentos da viatura e a carta de condução e eu respondi sim senhor agente, deixe-me só ver se encontro aqui no meio da confusão da minha mochila a carteira dos documentos, ele respondeu esteja à vontade, temos tempo, a viatura é sua? respondi que sim enquanto continuava à procura da carteira, ele disse-me nesse caso mostre-me só a carta de condução, finalmente encontrei a carteira mostrei-lhe a carta de condução, perguntou-me se eu vivia em Oeiras eu disse que sim, então e para onde vai, respondi a uma barragem aqui próximo que aqui o amigo Ambrósio nos indicou, então faça favor de seguir, tenha uma boa viagem, em segurança...
E pronto: CC que viajava atrás tinha posto há cerca de 10 minutos o cinto de segurança que é coisa que nuca faz quando viaja atrás, eu tinha o telemóvel de tal maneira que tive que estacionar para atender, e o agente da GNR estava mais preocupado com as ovelhas que lhe estão a morrer (soubemos disto, porque mal me devolveu a carta de condução gritou para um homem que estava do lado de lá da rotunda, ó Manel estão a morrer-me as ovelhas todas)...
Lá demos com a barragem apesar de morte anunciada do Ambrósio que já renasceu hoje como Alfredo. Regressei a casa cedo e tranquilamente (4,5 de média em gasolina, que tal, também queriam não queriam?, façam como eu, nada de auto estradas, nada de pressas que o mundo não está para acabar e pneus sempre bem calibrados).
Um bom ano para todos... e que eu tenha saúde para ir aqui contando as estórias do dia a dia que a maior parte das pessoas esquece, mas que em mim provocam ataques de riso de tal forma que me sinto na obrigação de as partilhar convosco.
Um bom 2008!

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