11 dezembro, 2007

Apelo


Estes meses de Novembro e Dezembro são meses muito maus em termos emocionais para mim. E não só: a filha de Pepe também se desespera nesta altura... é que é muito difícil falar das pessoas que amámos e partiram e sobretudo das derrotas pessoais, aguentar estas estocadas depois de tanta luta não é fácil... nada fácil.
Hoje falaram-me do caso de um menino de 12 anos que tem leucemia e pouco tempo de vida se entretanto não for encontrado um dador com um tipo de medula compatível. Parece que o caso tem sido noticiado nas televisões nacionais (o menino é de Vila Real), mas só hoje eu soube que é sobrinho neto de uma colega minha. Por isso quando alguém lhe perguntou como estava o menino fiquei sabendo da estória.
Um menino que tem sido criado pela avó e que é a única pessoa que ele tem (segundo ele mesmo) e a quem jurou um destes dias que não vai morrer porque não a pode deixar sozinha...
Só este tipo de atitude numa criança de 12 anos bastaria para me pôr a chorar... mas este menino fez com que eu lembrasse que eu própria só sou dadora de medula óssea porque a minha irmã sofria de uma doença rara (osteomieloporose) que também só se cura com o transplante de medula óssea. Infelizmente nenhum dos irmãos tinha compatibilidade suficiente para que o transplante pudesse ser feito e salvá-la. Mas foi o pior dia da minha vida, aquele em que soube que a minha medula não era compatível... eu estava tão certa que a podia salvar e nesse dia o meu mundo desabou completamente... estava finalmente derrotada e não foi com pouco esforço que me reergui e que hoje tento exorcizar este assunto aqui, contando-o para vós.
Mas depois de ultrapassado o primeiro impacto, muitas vezes penso que pode ser que um dia a minha medula que não serviu para salvar a minha irmã, possa salvar outra vida. Outra vida como por exemplo a deste menino tão corajoso que apostou consigo mesmo que não vai morrer, depois de ter visto um companheiro de hospital de 14 anos morrer há uns dias, com a mesma doença.
Por isso hoje faço aqui um apelo... não! Faço dois: se puderem tornem-se dadores de sangue e de medula. Não custa nada, garanto. É só tirar um pouquinho de sangue como se fossemos fazer análises... dar sangue é um pouco mais demorado, mas vale a pena. Ajudar a salvar vidas vale sempre a pena!

1 comentário:

Bartolomeu disse...

Olá Maria Eduarda.
De que forma posso saber se a minha medula é compatível com a desse menino?