Enquanto caminho à beira mar e reparo na alteração que ele sofreu de ontem para hoje, melhor dizendo das ultimas semanas, que parecia estar sempre maré baixa, tal era a calmaria e hoje galgou o paredão, vou pensando também na falta que me fazem os teus olhos, esses olhos que me guiavam nestas pequenas coisas que eu considero tanto e que me sabiam explicar a ligação entre cada coisa, o mar, as estrelas, o tempo, quem diria que um dia eu olharia o céu e não saberia dizer que tempo estará amanhã, é verdade que não há estrelas no céu, mas também é verdade que assim à primeira vista ninguém acreditaria que amanhã estará mau tempo, que há-de chover bastante, que haverá trovoadas, o único sinal é mesmo o facto de estar menos frio hoje que ontem mas todo o mês esteve calor e nem por isso choveu antes pelo contrário, por isso é que há uma ciência a que chamamos meteorologia, de facto há 30 anos eu não precisava da meteorologia para coisa nenhuma a não ser para saber que havia um anticiclone nos Açores que todos os dias afectava o tempo por aqui no contenente como dizem os nossos compatriotas lá em S. Miguel que é uma ilha verde onde vivi o tempo suficiente para apanhar uma febre reumática que hoje me causa alguns transtornos que vou ultrapassando pensando que há gente que tem muito mais de que se queixar, afinal sou uma felizarda...
Amanhã há-de chover. E eu hei-de matar as saudades que tenho de caminhar à chuva e ficar molhada até aos ossos e depois chegar a casa e tomar um duche bem quente e perceber como sou feliz por ter um abrigo decente quando há tanta criança a nascer por esse mundo fora sem saber que não tem um lar.
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