10 outubro, 2007

Queres objectivos? Toma!

José é realmente o homem que nos faltava. Ele gosta tanto de manifestações, aprecia-as tanto que põe em pé de igualdade as manifestações organizadas pelo PCP para o chatear e as organizadas pelo PS para que ele não se sinta tão mal, por haver sempre gente que não está de acordo com o que faz... gente assim a modos que com mau feito como eu. Se o meu pai me tivesse dado umas lambadas quando eu era miúda e até, quiçá mais crescida, eu teria aprendido que devo respeitar os governantes em geral e o José em particular... mas não, pai: acho que caíram todas ao chão e assim aqui estou para que não leiam o que escrevo nem ouçam o que digo que não sou boa conselheira, já estão prevenidos, só continuam se quiserem...
Pois é, o José só está verdadeiramente virado para a alta tecnologia e para o simplex e o Zé Povinho lá vai andando a reboque feliz e contente por estar a contribuir com o seu melhor para um cada vez maior desemprego... é que os empregados dos Bancos ainda não perceberam que mandando todos os velhinhos(as) para a caixa multibanco estão a contribuir para que umas dezenas de colegas percam o emprego e quem diz os bancários diz os funcionários públicos que agora são acometidos pela febre dos números, os chefes querem números, não querem serviço bem feito, não querem utentes bem informados (se quiserem que vão à NET, pá), não querem populações saudáveis nem escolaridade decente... números senhores, dêem-lhes números para que os objectivos possam ser cumpridos (O José nunca mais chega ao objectivo dos 150.000, porque entretanto para criar esses já despediu 450.000) mas o que vale mesmo é tramar o Zé Povinho e levá-lo a que se enforque a si mesmo...
Que país é este que eu tenho? Que povo é este que parece cego, que teima em agradar ao chefe para depois agradar ao José e pouco depois se encontrar em casa, desempregado, e daí a um piscar de olhos sem subsídio de desemprego e sem saber o que fazer para pagar a prestação da casa que quando foi comprada parecia que até ia ser fácil de pagar... e era: não tivesse ele tido o azar de ir para o desemprego...
Tem cuidado Zé: não ajudes a pôr a corda ao pescoço, Zé. Olha que a ti tanto faz que os objectivos sejam ou não atingidos... lixa-te nos números Zé e faz o teu trabalho como deve ser, com o brio e a dignidade com que sempre fizeste.

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