12 outubro, 2007

Carta aberta a uma espanhola trapalhona

Como foi bom pôr a conversa mais ou menos em dia, amiga, depois de tanto tempo, e tão preocupada que tenho andado contigo, sabendo que estavas tão doente e sem conseguir o teu número de telefone que havia perdido... quando no outro dia me disseram que tinha ligado uma espanhola fiquei sem saber se serias tu ou a Maria. Mas ainda bem que voltaste a ligar, ainda bem que conseguiste o meu número novo, ainda bem que estás com essa força toda, disposta a enfrentar essa maldita doença e creio que conseguirás, tens que conseguir sabes eu já não suporto mais perdas, estou sempre a dizer isto, mas ninguém me dá ouvidos, eu ainda vou conseguindo aguentar os casos como o de Irene que se prolongavam há muitos anos, mas estes assim que uma pessoa pensa que está cheia de saúde e vai-se a ver está minada... mas tu estás a conseguir, tu vais conseguir, um dia destes ponho-me à estrada e vou passar uns dias contigo está prometido e tu sabes que eu cumpro as minhas promessas por isso é que não enveredei pelo caminho da política de que tanto gosto, porque não sei deixar de cumprir o que prometo, porque os meus amigos de verdade são-no mesmo e tu estás nessa lista, sabes bem, há quanto tempo nos conhecemos lembras-te? Quantos anos passaram, éramos tão novas tenho as fotos no Algarve, em Toro depois, gostei de ti assim que te vi, mesmo assim com essa maneira atrapalhada de falar que não é português nem castelhano nem coisa nenhuma... que desaprendeste tudo mas no fundo a língua não impede nada como a Irene e o marido deixaram provado... não a conheceste. Mas também agora já não importa... o que importa é que eu estou muito feliz por ter falado contigo, por ter percebido que estás cheia de força, que não deixas que os factos se adiantem e tomas tu conta da situação... outra coisa não esperava de ti. Ou não me tivesses cativado assim às primeiras!

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