14 setembro, 2007

O zé e mais do mesmo...

O governo decidiu dar mais dinheiro à justiça para 2008. Acho bem. Muito bem. O mesmo governo decidiu tirar dinheiro à saúde e à educação. Acho mal. Acho muito mal. Acho mesmo péssimo. Tenho-me perguntado vezes sem conta para onde vai o dinheiro dos nossos impostos. Eis uma questão fantástica. Porque quanto mais nos entram nos bolsos menos nos dão em troca. Das duas uma: ou nós somos uns queixinhas ou o governo quando acabar este mandato tem cheios os cofres do estado. Pois isto é mesmo assim, tudo com minúsculas que esta gente não merece mais.
Um dia destes, brincando, Bartolomeu perguntava-me se quando me doía o ouvido ia ao clínico geral ou ao otorrino. Pois é Bartolomeu, o ouvido é o menos que se vai tratando com umas mezinhas caseiras e se ficar surda melhor para mim que ele ouvem-se por aí coisas que melhor seria não ouvirmos para dormirmos muito descansadinhos na paz dos nossos anjos. E sempre são € 75,00 no mínimo que não me saem do salário, cada vez mais curto ao fim do mês... porque os meus impostos não são para pagar a saúde. Se calhar até servem para coisas muito mais importantes eu é que tenho este mau feitio de me apetecer de vez em quando dar uma de Scollari e correr tudo à porrada... Sim: no fim de contas para que é que uma gaja como eu cheia de saúde precisa de médico? Por isso não tenho médico de família... na volta hão-de achar que uma coisa assim a modos que monoparental como eu, não é uma família e por isso não tem direito a médico que esses com certeza foram criados para as verdadeiras famílias...
Não há dúvida que estas questões me fazem mal à saúde... não fosse eu despender energias ao fim do dia em caminhadas de 5 km não sei como me aguentaria sem médico, mesmo que não fosse de família, pronto... já me contentava com um mais modesto!

1 comentário:

Bartolomeu disse...

Aquilo que constitui para ti um enigma maior que o universo, constitui tambem para mim uma monumental interrogativa... Para onde vai o ... do dinheiro relativo aos impostos.
Apetecia-me substituir as reticências por um palavrão, mas nem encontro nenhum com tamanho suficiente.
Se pensarmos muito sumáriamente na quantidade de transacções simples que o comum cidadão executa diáriamente, sujeitas na sua maioria ao imposto de 21%, chegamos rápidamente a uma verba que ultrapassa qualquer grandeza comparativa. Até parece difícil, acreditar que essa verba possa ser gasta, mesmo distribuida pelos diferentes organismos do estado.
Dizia também o saudoso Agostinho da Silva que esta sociedade não é despesista, mas sim uma indústria alietória de bens para consumo.
Em resumo queria ele dizer que se produz à parva, para depois se promover o desejo de se comprar aquilo que se produz, mas com um sentido: o de criar riqueza, sendo que uma parte dessa riqueza, irá somente beneficiar uma pessoa, ou um grupo restrito.
Saudosa economia comunitária, onde se produzia o que era necessário e se distribuia igualmente por todos. Nunca sabemos aproveitar aquilo que de bom existe.
Blahhhg