Sou acordada pelo grasnar das gaivotas. Mal saio dos centros urbanos os meus sonos são interrompidos por sons que me são estranhos. No campo acorda-me o galo de madrugada, depois as vacas, as cabras... às vezes é o sino da igreja. Junto ao mar são as gaivotas que ainda de madrugada seguem os barcos que se fazem à faina do mar.
Ao meu lado dormes sereno. O sono de quem atravessou um deserto a sós e sabe que mais tarde ou mais cedo terá de o fazer de novo... mas enquanto isso repousas.
Enquanto isso... logo que te levantes entras nessa agitação incontrolável, essa actividade que me assusta porque fico com a impressão de que tens medo que o mundo se acabe no segundo seguinte.
Não sei como fazer que entendas que a vida não é, não pode ser essa correria ou corres o risco de perder o sentido da vida.
Quem busca equilíbrio tem primeiro que encontrar a calma necessária a todas as descobertas. Porque a vida se revela uma novidade todos os dias. Nada é como previmos. Nem nós nem quem nos rodeia. Não somos donos do tempo... por isso é preciso, é absolutamente necessário, viver com vagar e saborear cada momento.
Desde que as gaivotas me a acordaram...
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