05 setembro, 2007

Desde que as gaivotas me acordaram...


Sou acordada pelo grasnar das gaivotas. Mal saio dos centros urbanos os meus sonos são interrompidos por sons que me são estranhos. No campo acorda-me o galo de madrugada, depois as vacas, as cabras... às vezes é o sino da igreja. Junto ao mar são as gaivotas que ainda de madrugada seguem os barcos que se fazem à faina do mar.
Ao meu lado dormes sereno. O sono de quem atravessou um deserto a sós e sabe que mais tarde ou mais cedo terá de o fazer de novo... mas enquanto isso repousas.
Enquanto isso... logo que te levantes entras nessa agitação incontrolável, essa actividade que me assusta porque fico com a impressão de que tens medo que o mundo se acabe no segundo seguinte.
Não sei como fazer que entendas que a vida não é, não pode ser essa correria ou corres o risco de perder o sentido da vida.
Quem busca equilíbrio tem primeiro que encontrar a calma necessária a todas as descobertas. Porque a vida se revela uma novidade todos os dias. Nada é como previmos. Nem nós nem quem nos rodeia. Não somos donos do tempo... por isso é preciso, é absolutamente necessário, viver com vagar e saborear cada momento.
Desde que as gaivotas me a acordaram...

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