Não sigo o apelo mais vezes porque não posso. Estou convencida que tenho sangue cigano, ou de qualquer outro povo nómada. Estar sossegada não é definitivamente o meu forte. Gosto de palmilhar e é por isso que vou aparecer de novo por aqui quando puder, se puder, enquanto andar por aí, sonhando uma vida que não tenho, que ninguém consegue ter tudo o que quer portanto mais vale fazer como eu e pensar que sou feliz, porque tenho saúde, trabalho, família e amigos e ainda por cima gosto do que faço se bem que gostasse mais de andar de terra em terra como os antigos caixeiros viajantes... já não existem pois não?
Quando eu era miúda a minha avó tinha uma loja de retrosaria e mais uma coisas como sapatos, tinha até uma "apanhadeira"... em Alfama. E quando eu vinha de férias ficava encantada, sentada num banquinho a ver as freguesas que entravam para comprar e anotar o que deviam no enorme livro preto que a minha avó mantinha religiosamente guardado por baixo do balcão. No fim do mês as pessoas passavam para pagar e abriam novo "crédito"
Vendo bem hoje não é diferente. O crédito é oferecido de bandeja, invade as caixas de correio (tradicionais e electrónicas), ocupa-nos o telemóvel e o telefone, enche a caixa de sms de ambos...
Mas do que eu gostava mais naquela loja, era quando entravam os caixeiros viajantes com as suas malas que tinham de tudo um pouco, para que a minha avó encomendasse o que queria para vender às freguesas, a crédito quase sempre... como hoje.
1 comentário:
Xiii Maria Eduarda, do que te foste lembrar.
;)))
Eu ia de férias a uma aldeia na Serra da Estrela e lembro-me perfeitamente desses caixeiros viajantes, envoltos numa atmosfera de desejo de os seguir. Sempre carregados com as tais malas e sempre com uma indomentária a roçar o exuberante, sapatos brilhantes, fatos de cores mais claras do que o habitual naquela época, assim como as gravatas, muitos exibiam aneis e relógios que se não eram de ouro imitavam mt bem, alfinetes de gravata e a par de um fino bigode à fadista, um reluzente dente de ouro, geralmente um canino.
Maria Eduarda, esse teu gosto pelo palmilhar, não te vira de uma vida passada em que tenhas sido peregrina?
Às tantas...
;))))
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