03 maio, 2007

Um homem no Portugal dos pequeninos.


Carmona Rodrigues sempre me foi mais ou menos indiferente. Mas sempre achei e continuo a achar que é um homem sério. Por isso até prova em contrário, para mim está inocente.
Vem agora subir uma data de pontos na minha consideração, com esta de dizer que não abandona o cargo de PC a menos que os vereadores se demitam e não tenha condições para trabalhar. Contra tudo e contra todos Carmona diz que está de consciência limpa e que quer levar até ao fim o programa que se propôs.
Esta é uma atitude muito digna. Mesmo que ele esteja errado, que todos achem que ele está errado, que não tem condições de continuar, ele luta por algo em que acredita. Rema contra a maré. Passei a ter admiração por este homem. Não gosto de gente que se curva. Não gosto de gente que não luta pelos seus ideais. Não gosto de gente que se limita a falar mal dos outros sem apresentar soluções. Não gosto de gente que procura tirar proveito da desgraça alheia.
Carmona pode até nem ser um bom PC. Mas é com certeza um homem que não se curva perante nada nem ninguém. Um homem pode estar errado. Mas se acredita que está certo, tem mesmo é que lutar por aquilo em que acredita. Porque haveria ele de fazer o jogo do baixote e de toda a oposição?
E depois Portugal dos pequeninos estava tão enfadonho... Haja alguém que mostre que ainda há homens com estatura (ainda que não seja política) neste pequeno país à beira mar plantado.

2 comentários:

Unknown disse...

Concordo.

Bartolomeu disse...

Exacto MEH, não fosse Carmona um motard dos 4 costados daqueles à antiga que corre pelo gosto de sentir na face a liberdade dos espaços e a indomabilidade da distÂncia a conquistar.
Em meu entender esta verticalidade demonstrada, ao assumir a posição de não acatar a ordem de abandonar a presidÊncia da C.M., revela alem de carácter e de espírito de lutador, a honestidade do cumprimento do compromisso assumido. Talvez fosse mais fácil ceder às pressões do lider do PSD e dos vereadores da oposição. Porem, contra tudo e contra todos, ele prefere dar o peito e mostrar-lhes que governar uma cÂmara não tem somente a ver com estatuto, tem sobretudo a ver com comprometimento e honestidade para com todos os que nele votaram, esperando que cumprisse uma missão.Se todos os políticos detentores de cargos públicos, pautassem as suas actividades por princípios semelhantes, possívelmente Portugal não estivesse na situação angustiante e calamitosa em que se encontra, e todos nós confiassemos mais naqueles que juram governar para a prosperidade.