01 maio, 2007

Henri Cartier Bresson em Évora.


Percorri Évora com ar de turista. Como se a visse pela primeira vez, só que acompanhada por um guia de primeira água: CC que tendo estudado e vivido em Évora está agora de regresso e me fez companhia e visita guiada pela cidade, que eu já não visitava há uns anitos... e como tudo o que não se vê há uns anos está diferente.
Fica a sensação de dois em um. A cidade divide-se entre "dentro e fora das muralhas". O lado histórico é admirável. É claro que revi a igreja de S. Francisco e a Capela dos Ossos que agora já tem gravação a explicar toda a sua história (eu ouvi em castelhano e português, mas suponho que terá em inglês, francês e alemão), justificando o preço da entrada: € 1,5. Eu sei que estas coisas têm custos, mas que diabo, não seria possível evitar estas "entradas"? Quando arranjarão maneira de nos pôr a pagar para ver o Templo de Diana? Sim, porque a Sé também é paga!
Em compensação na Fundação Eugénio de Almeida vimos a fabulosa exposição de Henri Cartier-Bresson, de que faz parte a foto acima, sem pagar um tostão e assistidos por gentis homens preparados para responder a qualquer pergunta. A exposição é realmente fantástica e há muito tempo que me apetecia... que bom terem trazido Cartier-Bresson a Évora... se puderem apareçam por lá até ao fim de Junho (acho), que vale a pena. A foto mais recente é de 1996 mas a exposição é perfeitamente intemporal. A foto que escolhi para ilustrar esta postagem é perfeitamente arbitrária, porque qualquer delas, dos famosos aos desconhecidos, merecia honra de publicação. Gosto muito da foto de Samuel Beckett... só escolhi esta porque a maioria das fotos "apanha" os retratados já no fim da vida... só que Marylin e Edith Piaf por exemplo morreram suficientemente jovens para aparecerem como tal nos retratos... Será que Bresson achava tal como eu, beleza na velhice? Há uma foto de três mulheres (as egípcias), que mostra a avó, a mãe e a neta. Em primeiro plano a avó, depois a neta, depois a mãe... Talvez Bresson pensasse que a meia idade é menos interessante... e talvez tivesse razão.

1 comentário:

Unknown disse...

Bresson devia ter gostado da luz do meu Alentejo.